Geoengenharia: Projetos Recentes, Riscos e Implicações Globais
"A geoengenharia avança com projetos inovadores, mas gera debates sobre riscos, custos, soberania e influência de ONGs, exigindo análise quanto à real necessidade e motivações políticas."
🌎 Geoengenharia: Projetos Recentes, Riscos e Implicações Globais
Resumo
A geoengenharia, voltada para mudanças deliberadas no clima, é tema central de debates urgentes. Projetos de ponta incluem iniciativas no Reino Unido para espessamento do gelo do Ártico e clareamento de nuvens, além de usinas como a Equatic, em Singapura, que removem CO₂ dos oceanos e produzem hidrogênio verde. Embora tecnicamente promissores, tais projetos envolvem controvérsias quanto a riscos ambientais, custos, governança e impacto na soberania nacional — especialmente com o avanço de ONGs internacionais e o volume crescente de investimentos. A seguir, ofereço uma análise detalhada, uma simulação prática e reflexões sobre real necessidade e motivação política desses projetos.
1. ⚡ Projetos Recentes: Avanço Técnico e Escala Internacional
O Reino Unido anunciou, em maio de 2025, investimentos de £56,8 milhões (aprox. US$62 milhões) em 21 projetos de geoengenharia por meio da ARIA, com foco em mitigar mudanças climáticas. As principais ações são o espessamento do gelo do Ártico, técnicas de clareamento de nuvens e manipulação de radiação solar. Em Singapura, o projeto Equatic está criando a maior usina de remoção de carbono via oceanos, ao interligar processos químicos para transformar CO₂ do ar e da água do mar em minerais (carbonato de cálcio) e, simultaneamente, produzir hidrogênio verde. A expectativa é retirar milhares de toneladas de CO₂ por ano, com planos de expansão global e comercialização de créditos de carbono e hidrogênio limpo.[1][2]
2. 🧪 Simulação Prática: Capacidade de Remoção e Eficiência Energética
Exemplo prático: A usina Equatic de Singapura promete capturar 3.650 toneladas métricas de CO₂/ano, podendo chegar a 100 mil toneladas/ano em 2026. Comparativamente, isso representa a retirada de aprox. 870 carros das ruas por ano. No entanto, para fazer diferença significativa nas emissões globais (cerca de 37 bilhões de toneladas/ano), seriam necessárias milhares de usinas desse porte. Há dúvidas sobre a eficiência energética, pois o processo requer grandes volumes de energia renovável, potencialmente desviando-a de outros usos críticos. A conta ambiental pode ser positiva se o hidrogênio produzido for utilizado para abastecer o próprio sistema.[2]
3. 🧭 Análise de Riscos Ambientais e Sociais
- Ambientais: Intervenções oceânicas podem alterar química marinha, impactar ecossistemas frágeis e não se sabe ao certo o efeito de agir em larga escala. Uso intensivo de energia limpa levanta dúvidas sobre competição por recursos energéticos.
- Sociais: Falta de testes em escala real torna difícil antecipar resultados práticos e os custos de monitoramento são altos. Propostas de geoengenharia podem ser usadas para retardar políticas mais robustas de redução de emissões, conforme críticos apontam.[2]
- Governança: Decisões unilaterais, sem acordo internacional, podem gerar disputas e problemas éticos, já que alterações climáticas globais impactam múltiplos territórios e populações.[1]
4. 🏳️🌈 Soberania, ONGs e Geopolítica: Preocupações Estratégicas
A entrada massiva de ONGs internacionais e alianças globais no campo da geoengenharia provoca discussões sobre a soberania, sobretudo em países em desenvolvimento. No Brasil, por exemplo, há avaliações de que ONGs podem funcionar como “poder paralelo”, impondo restrições ambientais que, sob o pretexto de proteção ecológica, impactam diretamente o desenvolvimento nacional e a exploração dos próprios recursos, especialmente na Amazônia. Isso levanta dúvidas sobre até que ponto o discurso ambientalista global serve a interesses geopolíticos de nações hegemônicas.[3]
5. 🎯 Conclusão: Investimento, Propaganda e Real Necessidade
O forte investimento público e privado em projetos de geoengenharia revela um reconhecimento do risco extremo das mudanças climáticas — mas também expõe interesses econômicos e políticos, além do desejo de criar mercados de créditos de carbono e “vender soluções”. Embora existam avanços tecnológicos reais e potencial de mitigação, os riscos ambientais, sociais e éticos exigem governança internacional e transparência.
A ênfase na geoengenharia não deve substituir políticas clássicas de transição energética, conservação e adaptação — e tampouco pode se tornar justificativa para estagnação na redução de emissões. O envolvimento de ONGs e organismos internacionais, embora importante para mobilização, precisa ser balanceado para não comprometer a autonomia soberana dos países, evitando novas formas de colonialismo tecnológico.
🌟 Resumo
- Projetos reais: Reino Unido e Singapura lideram iniciativas robustas de geoengenharia.
- Impacto limitado: Contribuição para mitigação climática é relevante, mas insuficiente isoladamente.
- Riscos ambientais e sociais: Falta de dados em escala real e potenciais impactos adversos.
- Governança e soberania: ONGs e alianças globais ampliam tensão sobre controle e interesses estratégicos.
- Necessidade real: Urgência climática é genuína, mas soluções precisam ser globais, transparentes e balanceadas.
Fontes
- Reino Unido investe £56,8 milhões em projetos de geoengenharia para combater mudanças climáticas: Portal Tela
- Usina transforma CO₂ dos oceanos em hidrogênio verde: Saneamento Hoje
- Aldo Rebelo vê risco para a soberania brasileira com as atividades das ONGs internacionais na Amazônia: Petronotícias
- [1] https://translate.google.com/translate?u=https%3A%2F%2Fwww.technologyreview.- com%2F2019%2F08%2F09%2F615%2Fwhat-is-geoengineering-and-why-should-you-care-climate-change-harvard%2F&hl=pt&sl=en&tl=pt&client=srp
- [2] https://www.nexojornal.com.br/expresso/2021/09/29/o-que-e-geoengenharia-e-quais-as-suas-limitacoes
- [3] https://eunice.oc.eco.br/a-geoengenharia/
- [4] https://www.nexojornal.com.br/externo/2025/01/22/ciencia-de-risco-ia-projetos-manhattan
- [5] https://pt.euronews.com/green/2025/05/12/verificacao-de-factos-sobre-as-experiencias-de-geoengenharia-do-reino-unido
- [6] https://oeco.org.br/reportagens/25111-geoengenharia-projeta-solucoes-arriscadas-para-clima/
- [7] https://saneamentohoje.com.br/usina-transforma-co2-dos-oceanos-em-hidrogenio-verde/
- [8] https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/noticias/noticias/288-geoengenharia-possibilidades-e-riscos-de-uma-gestao-tecnologica-do-clima
- [9] https://sme.org.br/- incorporando-fatores-climaticos-na-avaliacao-de-riscos-de-infraestrutura-uma-abordagem-essencial-para-a-engenharia-no-contexto-da-mudanca-climatica/
- [10] https://petronoticias.com.br/aldo-rebelo-ve-risco-para-a-soberania-brasileira-com-as-atividades-das-ongs-internacionais-na-amazonia/
- [11] https://mittechreview.com.br/a-geoengenharia-solar-pode-ser-iniciada-em-breve/
- [12] https://www.kas.de/pt/web/energie-klima-lateinamerika/veranstaltungsberichte/detail/-/content/- conversa-geoengenharia-e-seus-potenciais-riscos-no-debate-atual
- [13] https://www.brasildefato.com.br/2017/12/13/geoengenharia-e-extremamente-perigosa-afirma-pesquisadora-do-clima/
- [14] https://clickpetroleoegas.com.br/reino-unido-planeja-projeto-de-geoengenharia-de-us-62-milhoes-para-bloquear-a-luz-solar-e-combater-o-aquecimento-global/
- [15] https://www.portaltela.com/noticias/clima/2025/05/07/reino-unido-investe-568-milhoes-em-projetos-de-geoengenharia-para-combater-mudancas-climaticas